Casa de madeira desconhecida.
Fim de tarde.
Um certo pavor!
Havia algo lá fora que não podia entrar..
Um casal, duas crianças (guri e guria) e eu.
Protegíamos as portas..
Mas, a mulher, em sua teimosia, abriu a dos fundos.
O homem cowboy foi averiguar a situação.
Cercados pelo rio..
Algo se movia nas águas..
Parecia a ponta negra de uma barbatana que afunda em instantes.
O medo persiste..
Uma cobra preta emerge e nos persegue pela casa.
Os animais queriam invadir nossa casa.
Impossível!
Aparentemente, um vírus muito poderoso afetou toda a fauna.
Até o lêmure forçava a porta da frente.
Gramado verde, praia..
Um homem tenta resgatar o guri..
Assisto tudo da porta.
Conseguimos colocar a guria num ônibus, junto com muitas outras crianças.
O motorista estava em transe, com os olhos arregalados.
Ele dirigia morro abaixo e não percebeu minha parada.
Então, perguntei: "Tu não vai parar na frente da escola?"
(Eu ficaria e as crianças seguiriam)
Ele só balançou a cabeça negativamente e continuou.
Em algum momento, ele parou e eu desci.
Quando comecei a voltar para casa, eu estava num túnel escuro, não totalmente, porém, com uma iluminação branca de acordo com a iluminação das cidades à noite.
Andando pela calçada, me dirigindo para o Grêmio, pude notar muito lixo espalhado no chão e muitos mendigos a minha volta. Além de uma vendedora de chapéus. Uma senhora negra, obesa e com um sorriso no rosto, ela estendeu o braços, mostrando os chapéus que tinha para vender. Um deles era igual ao que eu tenho bege, com uma fita tigrada em volta. Entretanto, quando ela esticou os braços para que eu visse os chapéus, o mesmo que eu tinha havia mudado de cor instantaneamente. Virou rosa bebê no mesmo instante!
Abrindo os braços, demonstrando minha decepção e infelicidade, sinalizei meus bolsos com a cabeça, e disse que não tinha dinheiro para poder comprar. Segui meu caminho..
A Guria Dourada