Sol era uma jovem mulher forte, determinada, inteligente, e de coração puro, com uma certa inocência ou falta de malícia, advinda do seu jeito de ver a vida positivamente e e enxergar só o melhor nas pessoas. Ela sonhava em encontrar o amor, formar uma família. Nada muito extravagante, apenas uma vida simples, onde pudesse ter um parceiro pra dividir os desejos e as frustrações da vida, alguém com quem pudesse contar, um homem de quem ela pudesse se orgulhar pelo que é e pelo que faz.
Depois de muitos anos, Sol conseguiu encontrar o homem que fez seu coração bater mais forte do que qualquer outro, um amor intenso que a consumiu e a cegou. Em geral, ver a vida de forma positiva, fez com que Sol conseguisse identificar as pessoas ruins que passavam pelo seu caminho. Porém, com Duca foi diferente. Ela se apaixonou instantaneamente por ele, como se um passado longínquo voltasse à tona, ela sentiu que aquela conexão era de almas.
Durante muito tempo, Sol se dedicou ao seu amor. Ela fez declarações com músicas, escreveu poemas, incentivou o trabalho dele, rezou pra que tudo sempre ficasse bem, leu os livros que ele gostava e sempre o admirava. Sol achava Duca um homem inteligente, gentil, trabalhador, preocupado com as pessoas, um altruísta.
Mal sabia ela que esse comportamento era só de fachada. Duca tinha muitas mulheres, usava cada uma delas para obter o que queria, dizia o que elas queriam ouvir e se afastava por um tempo, deixando-as com saudade dele.
Quando Sol descobriu que ele tinha várias namoradas, ela o confrontou e ele disse que as coisas não eram como ela pensava, que ele a amava e precisava de um tempo para poder dar a ela toda a atenção que ela merecia e que ele queria dar. Durante esse período, angustiada, depressiva e com pânico, Sol , por causa dos remédios fortes que tomava para se recompor, tentou se matar. Entretanto, apesar de muito forte, a dosagem, felizmente, não a matou. E, lembrando sempre de seu sonho de se casar e ter filhos para deixar sua mãe ainda mais orgulhosa, mesmo tendo súbitas vontades de morrer, Sol persistiu.
Sol parou de sorrir e, por um longo tempo, ela perdeu seu brilho, sua força. Chegou a emagrecer demais e ficar fisicamente debilitada, fazendo com que tivesse dificuldade de ficar em pé, caindo a todo momento dentro de casa. No trabalho, Sol digitava com as lágrimas caindo sobre o teclado. Seu peito doía e ela sentia um vazio imenso. Ela se perguntava por que a todo momento. Por que ele fez isso comigo? Por que ele não foi honesto? No fundo eu sabia, mas não queria enxergar, dizia ela. Como ela podia admitir que amava um canalha? Ela chegou a sonhar com tudo o que aconteceu, mesmo antes de acontece.
Seu coração puro estava estragado, quebrado. Sua fé na humanidade estava destruída, seus sonhos acabaram e o amor, por muitas vezes tentava se transformar em ódio. Era muita raiva o que ela sentia.. ela odiava o que sentia e isso se confundia em ódio por ele. Todavia, por mais que ela tente, nunca conseguirá odiá-lo. Ela vai odiar suas canalhices e tudo o que aconteceu, mas vai amá-lo pra sempre. Mesmo que o pra sempre seja com outra pessoa. Por que o Sol voltou a brilhar forte, bem forte!
A Guria Dourada