Fundo do mar na superfície, eu estava boiando em cima de uma prancha (bodyboard) na água azul e calma. Era dia de sol, eu estava sendo levada cada vez mais para o fundo pela correnteza. Então, olhei para a beira da praia com a sensação de que estava dormindo e tinha recém acordado. Assustada por estar ali, comecei a remar e, de repente, uma onda surgiu para me levar de volta. Quando cheguei na crista dela, a ponta da prancha inclinou pra frente, quase desci, mas desisti, pois percebi a altura e, chamando por Jesus, deslizei..
Afundei, pude ver a beleza do interior das águas, sem me preocupar com a respiração, sem entrar em pânico, aquele pânico ridículo que meu cérebro desenvolveu na vida de vigília em relação à água que sempre amei, porém, que, agora, me persegue. Até pra beber um copo daquilo que nos mantém vivos é difícil! Todavia, eu estava bem e, calmamente, emergi!
10/08/2021
A Guria Dourada
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