O mar, ah o mar, tanto nos acalenta e, de repente, alguém vem lhe dizer o quão insignificante ele é para a humanidade.
Outrora, nosso único desrespeito era nadar e não voltar mais. Contudo, quantos obtiveram uma segunda chance? Tão imenso e bravo e tão generoso ao mesmo tempo esse mar. Hoje, sofredor. Amanhã, um perdedor. Sem algas, sem peixes.
E, no balançar das ondas é onde sempre nos perdemos. Mas, para qualquer um, lá no fundo, sempre um pingo de esperança. O que deixa a suspeita maré do Quiçá. Quiçá cessaremos pouco antes de um Natal próximo. Quiçá, como um tapa de luva, vivamos para nos encontrar na beira de uma praia qualquer.
A Guria Dourada
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